Thursday, September 29, 2005


Vira-o pela primeira vez em 95...
Falava aos homens desesperados,
numa linguagem que eles escutavam, mas não queriao ouvir, que lhes era estranha.
Falava da tragédia humana, de um Outono de esperança e era a voz de um desesperado que chegava até mim.
Só do despero mais profundo, pode nascer a esperança pensei.
Correu o tempo, e foi só em 2000 que começamos a conviver, era Outono...esse Outono circular que sempre anuncia primaveras para depois de amanhã...tão diferente, desse outro Outono rectilineo, que não tem retorno e inexoravelmente caminha para o inverno do nada.
Foi longo o dialogo que durante esta dezena de anos temos vindo tranvando, quase sempre sobre o mesmo tema, a tragédia humana.
Para compreender o outro, o que tenho a fazer é colocar-me no lugar dele...dizia-me.
Todas as diferenças , que hexistem entre os homems de todas as classes de todas as nações, podem ser apreendidas, descodificadas, apesar das diferenças...e até mesmo a linguagem que está para lá da linguagem, a meta linguagem.
Duvidei, não creio disse-lhe, por vezes o ruido é tão intenço, a atenção tão selectiva, a apetencia tão ténue, que o dialogo se transforma em monólogos de surdos.
Nessas alturas, é preferivel deixar as palavras que por vezes tudo complicam, e apelar a liguagens outras que nos aproximem, os gestos, o movimento, a volumetria a luz, a cor, a musica, até o som, que suporta a fala são tantas vezes mais eficazes que as próprias palavras, elas serão..talvez..a outra palavra...e passemos a palavra á cena e no dizes de Grotovsky deixemo-la a falar por vós do outro que somos nós.